O PODER MATA
O desejo é fluxo que se conecta com outro fluxo, com outros fluxos, e assim por diante, ao infinito.Ele é sempre agenciado (compõe-se de linhas múltiplas) mesmo que disso não se saiba. Quando é interrompido (impotência em desejar) dá-se uma cristalização, um endurecimento das suas linhas de funcionamento vital, em prol do que chamamos de poder. O poder assassina. Ele é regido e mantido pelo universo da representação. Ou seja, funciona como identidade da consciência e do eu, o que, em termos do campo social, chama-se de Senso Comum e Bom Senso. Estas categorias são formas sociais (instituições) operando na perpetuação do par Eu-Consciência. No mundo ocidental cristão, os modos de subjetivação tendem a girar em torno desse a priori do pensamento. Basta analisar a política vigente e suas formações metastáticas. Ora, se, como diz Deleuze, o Senso Comum identifica e reconhece, enquanto o Bom Senso prevê, não haverá lugar para a criação, para o novo, para uma outra política, exceto se trabalharmos com os paradoxos da linguagem. É aí onde a Poesia, a Arte e a Loucura se expressam e se afirmam como verdades móveis para uma nova terra.
A.M.
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