sexta-feira, 12 de maio de 2017

CONSCIÊNCIA PESADA

O conceito de consciência está  presente, de modo explícito  ou  não, na  clínica psicopatológica desde os  seus primórdios. Pode-se dizer que  é  impossível  realizar  o exame  do  paciente  sem pôr a questão: “ele está consciente”? Trata-se do conceito clínico de grau (nível) da consciência. Da vigília (a normalidade) ao coma, desenha-se um espectro de graus de consciência (torpor, turvação, obnubilação, etc) em que as estruturas neurocerebrais estão comprometidas. A equação consciência=mente=cérebro é adotada como resposta teórica à clínica dos transtornos mentais  de origem orgânica. Quanto mais  alguém está consciente, melhor  estará funcionando o seu  cérebro  e por extensão a mente. Contudo, o exame  pode ser  esmiuçado: “o indivíduo sabe o que  faz”? Ou “ele tem noção (=consciência) dos seus atos”? Um sentido moral se insinua, ficando encoberto pelo sistema fechado “cérebro/mente”.
(...)
A.M. in Trair a psiquiatria

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