sexta-feira, 20 de outubro de 2017

DO QUE SE TRATA?

A questão do farmacologismo em psiquiatria não se resume a passar remédios químicos em excesso. Isso é demasiado evidente.Psiquiatras biológicos e remedeiros se multiplicam...Queremos dizer outras coisas, não necessariamente nesta ordem de importância: em primeiro lugar,o psicofarmacologismo se impõe graças ao efeito da insuficiência atual das pesquisas em psicopatologia clínica. Em segundo, ao mecanicismo científico instituído como verdade epistemológica (relação linear causa-efeito, o cérebro reificado). Em terceiro, pelo efeito (rápido) de controle químico sobre as condutas ditas anormais. Em quarto, aos interesses poderosos das multinacionais farmacêuticas. Em quinto, pela ausência de uma teoria psiquiátrica da subjetividade. Em sexto, pelos grandes buracos semiológicos pregados na grade nosológica psiquiátrica. Em sétimo, pela medicalização generalizada dos problemas sociais, manobra "esperta" dos poderes vigentes. Em oitavo, pelo desejo contemporâneo de buscar tamponar quimicamente a tragédia humana (nada de angústia...) e, por extensão, sua alegria oculta. Estes 8 ítens não esgotam a análise do problema, mas são eixos para se pensar.

A.M.


Obs.: texto republicado

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