MACHISMO, A INSTITUIÇÃO
Talvez se possa conceber o machismo sob uma ótica institucional. Ou seja, de que ele não é constituído e/ou executado por pessoas, mas ao contrário, pessoas é que são feitas e executadas por ele. Abstrato, sim, por que não tem uma forma estável. Essencialmente concreto, sobrevive porque não está só. Instituições o apoiam em manobras práticas (tudo é prática e prático!) secretando imagens do Horror que colore o dia-a-dia midiático-familiar. São nutridas por glândulas do corpo da Terra secretando seus hormônios rumo ao declínio ético planetário. O machismo não tem essência, não tem natureza, não tem culpado único e último, não funciona à base de transcendências como a do eu, do indivíduo,do estado, do Espírito, do Bem etc. Ele, desde tempos imemoriáveis, viajou até os nossos dias civilizados, selando o casamento aparentemente indissolúvel com a era do capital. Um universo semiótico macho, branco, cristão, capturou a Arte, e em nome dos ideais do Progresso, suga com gozo a mais ínfima expressão da diferença. A Terra se fez e se faz, inabitável.
A.M.
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