quinta-feira, 12 de outubro de 2017

PARA O ACOLHIMENTO NUM CAPS

(...)
O paciente sem rosto, a vida subjetiva se mostrando às micro-sensibilidades que  circulam  entre o paciente e o psiquiatra. Escutar, escutar não  sob uma  grade edipiano-cerebral, mas à espreita do novo, do inesperado, do indeterminado, do bizarro. O acontecimento  é  uma linha  de perigo e também a passagem.  Examinar um paciente é encontrá-lo no seu  mundo, por mais longínquo que seja. Isso exige tempo, paciência e acima de tudo, ótimas condições de trabalho.Uma ética do Encontro precede toda técnica.A desnaturalização do paciente é  correlata ao desaparecimento do eu-psiquiatra.Este se torna outra coisa à serviço da  diferença,  uma  dobra existencial  que se desdobra em outra, em outras, em  outros.   

A.M.

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