O USO DO DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO
O diagnóstico psiquiátrico pode ser de dois tipos: 1-Diagnóstico-essência. 2-Diagnóstico-função.No primeiro caso, ele remete a uma suposta "natureza" que formaliza os afetos e as crenças sob um regime identitário: ele é esquizofrênico, ele é psicótico, ele é histérico etc. Tal enunciado articula-se com a forma-psiquiatria (não a especialidade, mas a instituição) que valida e executa a clínica. Em tempos atuais, seria uma bio-neuro-clínica. No segundo caso, o diagnóstico remete à terapêutica como função clínica voltada à autonomia psicossocial. Implica em considerar o encontro (conexão de afetos) e não o conhecimento (ou reconhecimento) do paciente. Sendo assim, qualquer enunciado é válido desde que processos singulares (subjetividades) quebrem o diagnóstico em favor de novos efeitos de sentido. Se se fala, por exemplo, "transtorno bipolar", é buscada a relação vivida, concreta, corporal, pelo dito portador desse transtorno. Em suma, são duas formas de trabalhar com o diagnóstico. Não desprezá-lo e ao mesmo tempo valorizá-lo como expressão singular da produtividade ou improdutividade social.
A.M.
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