O grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” no Facebook, que ganhou ampla repercussão nas últimas duas semanas por ter reunido milhares contra o candidato do PSL, é alvo de uma escalada de ataques cibernéticos, que vão desde a mudança do nome da mobilização, trocado para um de teor a favor militar reformado de ultradireita, à ameaça direta às moderadoras. Na madrugada de domingo, o grupo, que conta com um milhão de participantes e solicitações para participar e convites que alcançam 2 milhões de pessoas, estava fora do ar. "O grupo foi temporariamente removido após detectarmos atividade suspeita. Estamos trabalhando para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administradoras", informou o Facebook. Enquanto isso, a campanha de Jair Bolsonaro no Twitter comemorava a mobilização de mulheres favoráveis a ele.
Desde a sexta-feira já havia sinais da ofensiva contra a mobilização. Neste dia, a administradora M.M. foi a principal afetada, e teve suas contas no Facebook e no WhatsApp invadidas. De acordo com as organizadoras, os ataques começaram por volta das 14h na sexta. Antes disso, moderadoras e administradoras haviam recebido ameaças em suas contas no WhatsApp. Os invasores exigiram que o grupo fosse extinto até às 24h de sexta-feira e tentaram intimidar as responsáveis pelo grupo ameaçando divulgar seus dados pessoais como como CPF, RG, Título de eleitor, nome da mãe, entre outros dados extremamente sensíveis.
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Fernanda Becker, El País, 16/09/2018, 16:37 hs
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