segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

TERAPIA, O NOVO

A clínica da diferença em psicoterapia constitui-se como uma superfície invisível onde se registram formas sociais. Não é, pois, um encontro interpessoal. É que as duas pessoas em jogo (terapeuta e paciente) são também formas sociais. Elas se misturam a mil outras formas que transversalizam o Encontro como um território-nexo entre multiplicidades. Este dado empírico condiciona a que afetos de alegria estabeleçam linhas de base que impulsionam o processo da metamorfose subjetiva. É o motor, a máquina, a energia. o desejo (não metáfora) que consistem a materialidade do trabalho afetivo. Ainda que a terapia possa não avançar, não dê certo, não funcione, não atinja seus objetivos, enfim, fracasse, linhas intensivas da existência e o conteúdo dos afetos fazem do agenciamento de forças uma aventura do novo, uma potência. Como diz Deleuze, não há potência má. Isso implica em se encarar o abismo do sem-eu e do caos como resposta ao desafio de produzir sentido ao mundo. Uns conseguem, outros não. De todo modo, uma clínica da diferença, ao contrário de psicoterapias auto-intituladas de científicas, não coloca panos quentes em sintomas próprios do mundo civilizadamente violento em que vivemos, nem usa técnicas de adaptação passiva e resignada a esse mesmo mundo. 

A.M.

Um comentário:

  1. " (...) Ainda que a terapia possa não avançar, não dê certo, não funcione, não atinja seus objetivos, enfim, fracasse, linhas intensivas da existência e o conteúdo dos afetos fazem do agenciamento de forças uma aventura do novo, uma potência. (...)"

    Penso que os ditos "NORMAIS" querem domesticar aos "LOUCOS", assim como, por exemplo, eles domesticam os seus animais, os quais alguns desses animais, foram "FABRICADOS", exatamente, pra viverem em duplas, trios, quartetos, misturados aos "seres humanos" que também habitam em apartamentos altos, pode ser uma área duns 100 m2, sem proteções nas janelas e varandas, sendo proibidos aos mesmos animais descerem e subirem qualquer um dos degraus das escadas, e além disso, proibidos de nunca se aproximarem das janelas, varandas, pois, os proprietários dos mesmos se dão ao luxo de pra os "HUMANOS" ñ se sentirem presos, como já falei antes nem proteção, redes, são colocadas nas janelas, e varandas...

    SOCORRO! alguém me diz se existem ONG'S especificamente pros "LOUCOS"?

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