PARA QUE OS HOMENS…
Para que os homens não tenham vergonha da beleza das flores,
para que as coisas sejam elas mesmas: formas sensíveis ou profundas
da unidade ou espelhos de nosso esforço
por penetrar o mundo,
com semblante emocionado e passageiro de nossos sonhos,
ou a harmonia de nossa paz na solidão de nosso pensamento,
para que possamos olhar e tocar sem pudor
as flores, sim, todas as flores,
e sejamos iguais a nós mesmos na delicada irmandade,
para que as coisas não sejam mercadorias,
e se abra como uma flor toda a nobreza do homem:
iremos todos ao nosso limite extremo,
nos perderemos na hora do dom com o sorriso
anônimo e certo de uma semente na noite da terra.
Juan Ortiz
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