A PASSAGEM
Há um limite a partir do qual a diferença não se reconhece e não mais reconhece o mundo. Um horror tão extremo e definitivo se instala: ela, a diferença, torna-se pequena e frágil. Tudo o indica. Fala-se da história da humanidade: uma brochada cósmica. A diferença não mais reconhece aí a palavra "vida" por entre escombros da própria vida. Resta o império do medo. Internético, ele assombra o dia que nasce. Assombra todas as revoluções. Nivela os afetos. Aniquila a política. Uma melancolia compõe a paisagem dos monstros da História. E os adorna. Seguidores nutrem-se da morte camuflada. Anunciam o fim, apocalipse moderno. No entanto, algo resiste...
A.M.
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