Há algum tempo atendi um paciente que chamo de "o homem da tesoura no crânio". É que ele dizia ter uma tesoura encravada no crânio. Alguém (que ele não sabia quem) havia feito isso enquanto ele dormia. Trouxe para a entrevista um calhamaço de exames complementares do cérebro (EEG, Tomografia, RNM, etc). Olhei um a um os exames e em todos os laudos estava escrito"exame normal". Perguntei-lhe: se os exames estavam normais por que ele achava portar uma tesoura no crânio? Respondeu mais ou menos o seguinte: "Doutor, a tecnologia de imagem está ainda pouco evoluída. A tesoura está num canto do cérebro de difícil acesso para que possa gerar imagens; por isso dá normal". Diante de tal resposta, não insisti em tentar convencê-lo. Isso foi um grande aprendizado. Nunca mais tentei convencer algum eleitor/seguidor de Lula ou Bolsonaro.
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