Há qualquer coisa no ar, no ar dos tempos. Impossível saber do que se trata. Nem mesmo importa saber ou cogitar se é uma coisa palpável para poder organizar a mente. E controlar. Mas não há controle. Apenas o fato de que são estranhas sensações. Elas percorrem o corpo dos poros abertos. À flor da pele há alguma coisa, sentimos, não identificável, fugidia, errática, talvez invisível. Atravessa espaços e chega às colinas verdes de um pensamento sem imagem, sem rumo, sem formas estáveis. Fala de anjos, forças cósmicas, deuses errantes, musas na floresta, seres inefáveis, estados dionisíacos.O que será? Talvez uma canção ao longe se aproxime e estabeleça um ritmo de dança para entender o que não é para entender. Tudo é mistério. É preciso escutar vozes para conseguir dizer: há um fluxo cósmico no ar dos pulmões tecendo o brilho da manhã nascente. E se o dia afinal chega (como agora), segue e prossegue sem volta. Isso faz com que cada segundo intua e eternize a carne dos sonhos: sim, existe alguma coisa sem nome embriagando a existência. Ela inventa o sol, as estrelas ocultas e faz escorrer signos de alegria para brincadeiras (inocentes) do que é viver.
Pura poesia!
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