quinta-feira, 2 de julho de 2020

INACREDITÁVEL

A imagem do presidente Jair Bolsonaro se mantém praticamente ilesa, apesar das turbulências que rondam sua gestão. É o que indica a mais recente pesquisa da consultoria Atlas Político, divulgada nesta quarta-feira, que reflete sobre um mês marcado pela prisão do motorista Fabrício Queiroz, suspeito de ser o operador do esquema de rachadinhas envolvendo o senador Flávio Bolsonaro no Rio de Janeiro; batidas da Polícia Federal contra bolsonaristas e a nomeação frustrada de Carlos Alberto Decotelli, que, exposto por fraudar currículo, durou apenas cinco dias no Ministério da Educação. O levantamento ainda aponta uma consolidação na queda de popularidade de Sergio Moro e Paulo Guedes, que entraram para o Governo com status de superministros e tomaram rumos diferentes diante do agravamento da crise política em meio à pandemia de coronavírus.

De acordo com a pesquisa online, que ouviu 2.000 pessoas entre 27 e 30 de junho, com amostra que reflete a população brasileira adulta, a aprovação ao desempenho do presidente se estabilizou em 32%, após queda de 5 pontos percentuais entre abril e maio, e oscilou de 65% para 64%. A rejeição a seu Governo, ainda desaprovado pela maioria, também baixou de 58% para 56%, contra 25% de aprovação. Para o cientista político Andrei Roman, criador do Atlas Político, a pesquisa indica que Bolsonaro pode ter conseguido conter a sangria de popularidade que o abateu a partir da demissão traumática do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, agravada pela condução errática no controle da pandemia. “A saída do Moro foi um evento muito mais cataclísmico para a imagem do presidente que a prisão do Queiroz ou o constrangimento com o Decotelli”, afirma Roman. “Uma vez que ele consiga superar esse abalo, outras crises podem desgastá-lo, mas não na mesma magnitude do Moro.”
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Breiller Pires, El País, 01/07/2020, 14:30 hs

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