Mapa
De certo, apenas a incerteza.
O copo branco sobre a mesa
e esta aspiração de domingos.
De certo, a morte e seus respingos.
O menino azul quer um mapa,
carta de agir, segura e exata.
Quer seguir rijo, reto e justo
para justíssimo lugar.
O que, então, responder? Desiste,
esse lugar não há e — triste! —
não há mapa, nem portulano,
nem porto lhano onde ancorar.
Como dizer? Menino, os mapas
não são roteiros de achamento,
mas tênues direções de vento
para quem só busca o buscar.
Carlos Machado
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