O CORPO INVISÍVEL - II
A existência do corpo invisível nos leva a uma opção ética. Ao contrário da ética idealista que reflete sobre a moral, teoriza sobre a moral, trabalhamos todo o tempo com a ética como linha pratica no aumento da força de existir ou na redução desta mesma força. Neste limiar da ação o pensamento como força inumana faz por dissolver personalidades estanques demasiado humanas em prol de linhas imperceptíveis do espirito. A ética do pensamento, ao contrário do que parece, é uma ética do corpo. E se este espirito é invisível por sua própria natureza, seguindo as "pegadas" de um Deus não hieraquizado, a ética traça linhas de potência misturadas às da impotência. O que irá "dissecar" e triar esse nó de opções existenciais é a força de um espirito que na falta de uma palavra menos gasta, chama-se Deus. Isso autentica um nivelamento absoluto entre os humanos como força de existir no cruzamento opaco entre as linhas do infinito espaço/tempo. A ética , qualquer que seja ela, está atrelada a esses infinitos, pelo que não há uma ética pura nem tampouco uma ética única e verdadeira que abarque todas as demais. De novo, o corpo-espírito aprofunda-se no pensamento-Deus como o que não tem nome, forma, rosto ou identidade. E ao mesmo tempo está dentro de nós. Pensar (não refletir) é um exercício perigoso porque lida com terremotos da alma, com a loucura, e portanto está na beira de uma linha sem fim chamada Deus. Este não estrutura nem referencia nada, ao contrário, ele é já a Força dos processos de vida que se expressam como fluxo espiritual multiplicado e multiplicante pelos quatro cantos do mundo. Deus está no mundo. Não pensar assim é afundar numa ética do eterno adiamento de uma revolução sem guerra. E por que seria preciso a guerra?
A.M.
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