sábado, 24 de dezembro de 2011

CÉREBRO-PROCESSO SUBJETIVO

Ora,     a   sujetividade-cérebro não  é  vista, não  pode  ser  vista  sob  pena  de ser  reduzida  a um objeto  classificável. É  como se   ela   fosse  um  decalque   do  cérebro    substituindo o cérebro,  obedecendo à  linha  molar   da  produção  social.       Ao  contrário, a  subjetividade  é   processo de  produção  desejante   e não   produto concluído,  mesmo  corporificado num indivíduo.   Mas, há, sem dúvida,     um  “cérebro-processo  subjetivo” ao  encontro ( exame) do  psiquiatra. Esta  perspectiva  faz  com que o “sofrimento” do paciente seja considerado  como um  agenciamento de  desejo, o que abrange  a  figura  do psiquiatra  e  da  família. Desejar para  o paciente  é  sofrer como intensidade  produtiva em meio aos  diversos  estímulos  que estão  em torno   e “dentro  de si”,  inclusive  os do  organismo. Os atores  do  Encontro  com o  paciente   estão,  pois, envolvidos  num mesmo fluxo desejante  codificado  como transtorno mental. Abre-se  um território: onde  situar o agenciamento? Pode  ser  num hospital psiquiátrico, num Caps, num  ambulatório,  consultório,  etc (...)

Antonio Moura
              

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