domingo, 25 de dezembro de 2011

OS GRANDES POETAS MORREM EM PENICOS FUMEGANTES DE MERDA

depois de umas 3 ou 4 cervejas, de tomar banho e me esforçar pra ler alguns livros de poemas que tinha por lá e , naturalmente, achar que não estavam bem escritos, pegava no sono com eles: Pound, Olson, Creeley, Shapiro, havia centenas de volumes e revistas velhas. nenhuma das minhas obras se encontrava por lá, não naquele chalé, de modo que o lugar eram muito morto. quando acordava, lá vinha outra cerveja e uma caminhada de 8 ou 10 quarteirões, num  calor de rachar, até a casa do grande editor. em geral parava no caminho e pegava umas caixas de cerveja. os dois não bebiam. estavam ficando velhos e enfrentando tudo quanto é tipo de problema de saúde. era triste. para eles e para mim. mas o pai dela, que tinha 81 anos, quase me derrubava em matéria de cerveja. simpatizávamos um com o outro (...)

Charles Bukowski - do livro Fabulário geral do delírio cotidiano

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