FLUXOS DE SIGNOS
O bar. Lógico. Dava para a rampa do portão de embarque. Sentamos ali, mas o garçom fingiu que não me viu. Garçons de bar de aeroporto, concluí, são esnobes que nem os carregadores de bagagem nos trens de antigamente. Sugeri a Garson que, em vez de gritar com o cara, como ele (o garçom) queria, pegássemos uma mesa. E foi o que fizemos.
Estávamos cercados por gatunos bem-vestidos, com ar de entendiado, de bebidinha na mão, conversando em voz baixa e esperando a chamada do vôo. Garson e eu sentamos e olhamos pras garçonetes.
-Que merda - disse ele -, olha só, o vestido delas é feito de um jeito que não dá pra enxergar a calcinha.
-Hummmm hum - retruquei.
(...)
(...)
Charles Bukowski do livro Fabulário geral do delírio cotidiano
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