DEVIR-PENSAMENTO
A psiquiatria, como nunca antes, tem “necessidade” de controlar com competência técnica. Usa dispositivos práticos em casos e situações clínicas pontuais. Em oligofrênicos, por exemplo, a expressão da fala em geral está comprometida, seja por uma dislalia ou pela atividade cognitiva reduzida a nível das relações conceptuais na formação e execução de juízos. O diagnóstico chega rápido... É essencial registrar que o exame do paciente acaba ficando mediado pela fala no sentido mais comum e operatório do contato social. Digamos: uma máquina não está funcionando a contento e é preciso consertá-la. Esse modo de ver não constitui uma acusação à semiologia psicopatológica atual. Bem mais, trata-se de demonstrar sua insuficiência técnica “essencial” com repercussões por vezes danosas sobre a conduta terapêutica. O que o paciente diz e faz (o visível e o dizível) se alternam sob uma avaliação que busca sintomas. Ora, o pensamento não segue uma linha fixa de racionalidade, nem mesmo nas pessoas ditas normais. Além disso, ele é, por excelência, invisível e se move a velocidades infinitas. Estamos diante de uma instância subjetiva que se apresenta em ações não mensuráveis. O pensamento é o silêncio e nem por isso deixa de ser pensamento ou de pensar (...)
Antonio Moura
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