quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

LEMBRAR...

Mesmo que   a  memória (em  psicopatologia médica) se  altere,  sobretudo  em  quadros  orgânico-cerebrais, a  sua  patologia  não  se  restringe a  estas síndromes. Ao  contrário, podemos   dizer que a função  mnêmica  é  atingida em todos  os  quadros  patológicos. O que irá   diferenciar  tais alterações  é a vivência  qualitativa do  paciente. Neste sentido, os processos afetivos despontam  como a  instância psíquica a  ser considerada  em  primeiro  plano, sendo  a afetividade o  que  compõe  linhas existenciais  situadas  para  além  de  uma   subjetividade,  digamos, mecanicista. Ela traz  a realidade  coletiva  como   ponto  de  partida, o que  significa  dizer  que  a  subjetividade  é  sempre  produzida  no registro  do  social, estando   exposta  às  condições   “ externas  ” em que  se  vive. Ao mesmo  tempo, a  subjetividade  é  um processo  “interno” funcionando nas  próprias  conexões  sinápticas.  “Interno”  e  “externo”  passam  a  ter  significados  que  se  diluem  numa  questão  maior  que  é a das  singularidades do  paciente.

A. Moura

Nenhum comentário:

Postar um comentário