domingo, 2 de dezembro de 2012


CAPITALISMO MUNDIAL INTEGRADO : O EMPREENDIMENTO DA MORTE

Para entendermos o que está acontecendo, é preciso tomar ao pé da letra a idéia de Walter Benjamin, segundo o qual o capitalismo é, realmente, uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro.  Deus não morreu, ele se tornou Dinheiro.  O Banco – com os seus cinzentos funcionários e especialistas - assumiu  o lugar da Igreja e dos seus padres e, governando o crédito (até mesmo o crédito dos Estados, que docilmente abdicaram de sua soberania ), manipula e gere a fé – a escassa, incerta confiança – que o nosso tempo ainda traz consigo. Além disso, o fato de o capitalismo ser hoje uma religião, nada o mostra melhor do que o titulo de um grande jornal nacional (italiano) de alguns dias atrás: “salvar o euro a qualquer preço”. Isso mesmo, “salvar” é um termo religioso, mas o que significa “a qualquer preço”? Até ao preço de “sacrificar” vidas humanas? Só numa perspectiva religiosa (ou melhor, pseudo-religiosa) podem ser feitas afirmações tão evidentemente absurdas e desumanas.
(...)
Giorgio Agamben - trecho de entrevista concedida em 16/08/2012

2 comentários:

  1. Tudo isso aí é pensamento ó:

    http://www.youtube.com/watch?v=qV012LaRnEA

    E tem gente que acha que uma nota de rodapé diz mais...

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  2. Não sou contra ninguém. Sou a favor do vivido. Se queres palestrar, que viva a palestra. Se é sobre depressão, que se deprima sem deixar os outros se deprimir, sem reprimir. Se queres escrever, que viva a escrita. Se se trata de um escritor marxista, que se vista mal e não coma no Mc'Donalds. Se queres escrever sobre a loucura, que se vire louco a seu modo. Mas, há quem confunda "militar" com militante. Há quem confunda "bon vivant" com vivido. Há quem repita Raul Seixas e se vista como um hippie, achando que isso é ser louco. Sem protótipos. Mas também sem farsa. A autenticidade é fundamental. Isso Miller tem de sobra!!!!!!

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