domingo, 30 de dezembro de 2012

Linhas singulares da existência

(...) (...) São a materialidade subjetiva do individuo, a qual compreende elementos visíveis e invisíveis; ela sempre acontece no plural. São muitas linhas singulares funcionando num   movimento  incessante. O organismo visível, fornece o lastro concreto para uma subjetividade. Contudo, ele é composto por partes infinitamente divisíveis as quais chamamos corpo.O organismo  não é  o corpo. Este ultrapassa  os  limites  do  organismo  de  onde a medicina extrai a sua  mais-valia  de prestígio. As  linhas singulares  inscrevem-se  num  corpo não  imediatamente  visível nem tampouco separado do meio por uma linha de  fronteira bem demarcada. Elas são antes de tudo micro-potências que impulsionam o funcionamento motor, cognitivo, intelectual, existencial, enfim, tudo que  signifique produção incessante de  vida. O paciente é composto  por  elas e são elas  que se expressam como  devires. Um sintoma é uma  linha singular , já que, apesar de  ser  signo de uma doença cadastrada  na CID-10, ao mesmo  tempo é  expresso como território  existencial.”Eu sou  meu  delírio”, “Eu sou  minha  tontura”, etc. 
(...)
A.M.

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