domingo, 16 de dezembro de 2012


ISSO FUNCIONA EM TODA PARTE

O desejo maquina entre os corpos e nos corpos. Exposto à luz do dia, mesmo à meia noite, ele  é produção incessante, formigamento nem sempre visível ; "o que não tem governo nem nunca terá". Uma criança. Por que a metamorfose? Não há porque, não há de que, aí onde a gratuidade empurra a existência por e para linhas insólitas.A morte é o morrer, verbo infinito, mesmo que à volta se fale de passados ressentidos  e/ou futuros impossíveis.Como desejar? Não é fácil, mesmo que pareça. Antes de tudo as sociedades modernas fizeram e fazem do consumo a produção de territórios estáveis onde alguém se reconhece: esse sou eu. No entanto, tal reconhecimento de si é tributário de forças sociais que, aparentemente de longe,  fabricam o eu em seus estratos mais íntimos: meu mundo interior,meu ego, minha subjetividade, meu cérebro, meu tudo. A propriedade e a forma das coisas substituem o desejo com produção. É que a condição humana é tão frágil quanto vaidosa. O desejo coagula em pontos-chave: códigos sociais são “vitais” para os serviços de manutenção da existência, ilusões necessárias para agüentar o sol que nasce. De novo. Identidades pululam e acreditam no anúncio de si mesmas. Consomem subjetividades exatas como as da TCC ou da psicanálise, tanto faz, são tantas as máquinas, tantas as emoções... remexidas... adulteradas, destruídas,corrompidas,eliminadas... No espaço psi, tudo gira em torno do euzinho. Ninguém escuta o que não quer. Prossegue o empreendimento de redução das multiplicidades ao eu-consciência individualizado, encaixotado, represado e “como dói, mas como é bom”. Isso em toda parte onde se comunica, como se diz, por intersubjetividades. Onde anda o desejo? Ele costuma ser trocado por necessidades, vontades, poderes, sucesso, consumo, carrões, prestígio, dinheiro, e muito mais, tudo, ontologias mercadológicas expostas nas vitrines. As novas gerações tendem a aceitar este mundo como o melhor dos possíveis  e para o qual não há fora, o fora, nem sequer dar o fora. Trata-se de uma espécie de paralisia coletiva do pensamento. Este se revela tão só como técnico-cognição: isso é um celular, esta é uma lição pedagógico-terapêutica-comportamental: “busque, mas busque mesmo, não pensar em morrer”. As práticas de vida norteiam-se, pois, pelo pensamento da representação: identidades petrificadas. Um familiarismo se imiscui nas redes sinápticas enquanto o rei-capital dita normas implícitas do bom viver. Olha, vi gente boa aderir aos ritos do consumo automatizado. E sorrir...

A.M.

Um comentário:

  1. Rapaz, só tenho uma coisa a dizer:

    EEENTTTTRRROOOUUUU BBBOOONIIITTTOOO!!!!!!!!!!!!!!!!

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!

    http://www.youtube.com/watch?v=_CrPuEmD394

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