Sejamos dignos da vida, tornemo-nos traidores e assassinos dos valores caros a esta sociedade atual. Se compreendermos a afirmarmos realmente a vida, somos naturalmente traidores da família, do Édipo, do Estado, do Eu e de Deus. É preciso sobretudo trair o Eu, porque o Eu é um vaidoso trapaceiro, que quer se apoderar de nós. A mais alta trapaça é a que o Eu faz com nosso corpo, com o nosso desejo. É ele o grande embusteiro, a grande mentira à qual os homens ainda se apegam como se fosse a coisa mais preciosa desse mundo. É ele que impede que encontremos o nosso verdadeiro nome próprio, a nossa verdadeira diferença, aquilo que nos faz únicos, aquilo que pensa e age em nós. Só seremos livres quando colocarmos o Eu de joelhos e depusermos a consciência e os órgãos dos seus postos usurpados de comando.
Luiz Fuganti- do texto Saúde, desejo e pensamento
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