INDÍGENAS NO CANADÁ
Rinelle, uma estudante canadense de 16 anos, tomava alguns drinques com os amigos, quando dois jovens a levaram a um lugar isolado embaixo de uma ponte.
Ali, a agrediram e estupraram.
Ela se lembra de estar em um rio, mas não sabe se estava ali porque conseguiu escapar ou porque os homens a atiraram lá.
Quando conseguiu sair da água, os dois a atacaram novamente até acreditarem que ela estava morta. Quando foi encontrada mais tarde, seminua e inconsciente, na beira do rio, não havia muitas esperanças de que ela pudesse sobreviver.
"A temperatura era muito baixa", disse à BBC o investigador encarregado do caso, John O'Donovan, da polícia de Winnipeg, capital da província de Manitoba, na região central do Canadá.
"Estava a ponto de morrer, mas o frio salvou a vida dela", explica, referindo-se ao fato de que baixas temperaturas desaceleram o metabolismo e permitem que o corpo inicie o processo de cicatrização.
Rinelle viveu para contar o que aconteceu com ela, uma oportunidade que outras dezenas de mulheres e garotas, assassinadas ou desaparecidas em anos recentes nessa cidade perto da fronteira com os Estados Unidos, não tiveram.
Como Rinelle, a grande maioria das vítimas pertence à população indígena do país, que segundo um relatório publicado no ano passado pela polícia canadense, tem uma possibilidade quatro vezes maior de ser assassinada ou sequestrada. E é possível que esses números oficiais ainda estejam bem abaixo da realidade.
De acordo com o relatório, entre 1980 e 2012, cerca de 1.200 mulheres e garotas indígenas foram assassinadas ou desapareceram. O número é consideravelmente alto, tendo em vista que a população indígena equivale a menos de 5% da população de 35 milhões de habitantes do Canadá.
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Joana Joly, BBC News,27/04/2015, 05:58 hs
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