LINHAS: QUAIS?
As linhas se inscrevem em um Corpo sem órgãos, no qual tudo se traça
e foge, ele mesmo uma linha abstrata, sem figuras imaginárias nem funções
simbólicas: o real do CsO. A esquizoanálise não tem outro objeto prático:
qual é o seu corpo sem órgãos? quais são suas próprias linhas, qual mapa
você está fazendo e remanejando, qual linha abstrata você traçará, e a que
preço, para você e para os outros? Sua própria linha de fuga? Seu CsO que
se confunde com ela? Você racha? Você rachará? Você se desterritorializa?
Qual linha você interrompe, qual você prolonga ou retoma, sem figuras
nem símbolos? A esquizoanálise não incide em elementos nem em
conjuntos, nem em sujeitos, relacionamentos e estruturas. Ela só incide em
lineamentos, que atravessam tanto os grupos quanto os indivíduos. Análise
do desejo, a esquizoanálise é imediatamente prática, imediatamente
política, quer se trate de um indivíduo, de um grupo ou de uma sociedade.
Pois, antes do ser, há a política.
(...)
G. Deleuze e F. Guattari in Mil platôs, vol 3
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