O FIM E O FIM DO DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO IX
Na clínica, trabalhamos com síndromes psicopatológicas. Elas constituem um sistema aberto à serviço da Diferença. Não usamos o diagnóstico psiquiátrico no sentido de essência, rótulo, marca ou natureza do transtorno, da doença, do problema, da crise, etc. O real que nos chega numa consulta, por exemplo, está prenhe de significações que excedem os enunciados simples tipo"você sofre do pânico; você é depressivo, você é psicótico". Estas são verdades-trapaças (às vezes implícitas na fala técnica) que alimentam a auto-servidão do paciente. Melhor dizer: seja impaciente! No entanto, como estes mesmos diagnósticos são oficiais, legais, juridicamente instituídos, faz-se necessário reduzi-los a peças semiológicas de um agenciamento coletivo: o Encontro. Ora, se o cimento do Encontro são os afetos (desejos), os dados coletivos (onde? quando? como? quem? por que? ) mapeiam tais afetos (conhecidos ou desconhecidos) em prol de vivências ímpares, singularizações. Desse modo, diagnosticar não é conhecer mas ligar e /ou desligar elementos que fazem produzir um modo de subjetivação. Para tal acontecer, seguimos linhas do rizoma, linhas de risco. Não é isso a Vida?
A.M.
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