terça-feira, 8 de março de 2016

Estevão e Odebrecht são retratos de dois Brasis 

O ex-senador Luiz Estevão foi preso. Alvíssaras! Híbrido de empresário e político, Estevão é um condenado de outro tempo. Um tempo em que o cacique Antonio Carlos Magalhães mandava no Congresso, Luís Inácio ainda era o Lula e o acarajé não passava de uma iguaria da culinária baiana.

Nessa época, nenhuma revelação, por mais bombástica que fosse, conseguia abalar o prestígio de uma eminência empresarial brasileira. Mesmo depois de desmascarados, julgados e condenados, continuavam frequentando as colunas sociais, certos de que nada afetaria seu prestígio.

Hoje, é diferente. No Brasil que emerge das páginas dos inquéritos da Lava Jato, Marcelo Odebrecht, príncipe da plutocracia nacional, tornou-se uma espécie de anti-Estevão. Preso antes de ser sentenciado, já recorreu a todas as instâncias do Judiciário, do TRF ao STF. E nada.

Contrariando os conselhos do patriarca Emílio Odebrecht, Marcelo recusou-se a fazer o papel de delator. Quis o destino que, nesta terça, mesmo dia em que Estevão foi trancafiado em Brasília, viesse à luz a sentença de Moro para o herdeiro da maior construtora da América Latina: 19 anos e 4 meses de cadeia. Marcelo recorrerá ao TRF. Deve perder. Continuará preso.
(...)
Do blog do Josias de Souza, 08/03/2016, 12:50 hs

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