segunda-feira, 10 de outubro de 2016

FÁRMACO-SUBJETIVIDADES

Desde 1952 nos acostumamos a ver o paciente mental sob o efeito de algum remédio químico. Este se tornou equipamento clínico indispensável, não só para o tratamento, mas na constituição de uma subjetividade enferma. Na década de 90 os fármacos avançam e substituem a psicopatologia. Torna-se um hábito ver o paciente mental como expressão-efeito da química. A indústria, então, produz o pensar medicamentoso como campo por excelência do desejo atraiçoado e tapeado. Seu objetivo maior e lucrativo torna-se o de manejar, se possível, eliminar os sintomas e os conflitos. Como, no fim das contas, tudo é sintoma/conflito, incluindo o paciente, o uso exclusivo de remédios químicos passa a ser destruí-lo como processo desejante e múltiplo.

A.M.

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