SEM FUNDO
José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, construtora encalacrada na Lava Jato, negocia com o governo de Michel Temer um acordo de leniência. Na última terça-feira, foi ouvido em Brasília por oito servidores —quatro da Advocacia-Geral da União e quatro do Ministério da Transparência. Confessou o pagamento de propinas em quatro guichês. Incluiu na lista duas estatais do governo de São Paulo, gerido pelo PSDB: a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e a Dersa Desenvolvimento Rodoviário.
Em notícia veiculada na sua edição mais recente, a revista Época informa que o delator mencionou ilegalidades cometidas por executivos da Engevix nos governos tucanos de Geraldo Alckmin e José Serra. Em âmbito federal, Antunes Sobrinho citou dois guichês que frequentam os escândalos de corrupção desde a época das caravelas. Ambos pendem do organograma do Ministério dos Transportes: a estatal de ferrovias Valec e o DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte.
Suprema ironia: a notícia vem à luz num instante em que o ex-governador paulista José Serra, hoje ministro das Relações Exteriores do governo Temer, acompanha o presidente em viagem à Índia e à China. A comitiva embarcou no início da madrugada de sexta-feira, três dias depois do encontro do sócio da Engevix com os servidores da AGU e da pasta da Transparência.
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Do Blog do Josias de Souza,15/10/2016, 22:55 hs
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