terça-feira, 11 de outubro de 2016

O COMBATE

No Encontro com as chamadas depressões, ocorre a depressão sub-clínica. Cada dia mais comum, pouco notada talvez em face do modo de vida atual (com a sua corrosiva e irrefreável destruição de sentido), a vivência de estar deprimido não aparece de imediato ao olhar da consciência intencional. Nem do senso comum. Contudo, se revela por outras linhas. São as do corpo invisível que já "não aguenta mais", submisso passivo e crônico às linhas de montagem do cotidiano massacrante, principalmente nas relações de trabalho. "Dói tudo". Tal Forma é inchada pelo uso excessivo e inadequado de psicofármacos, o que faz do paciente uma espécie de morto-vivo respirando às custas dos aparelhos sociais confortantes. Nesse contexto a função de um técnico em saúde mental é inglória e em perfeito desacordo com as instituições dominantes. Uma clínica que busque a diferença "recebe" na vala comum zumbis psíquicos do sistema. E tudo se torna combate silencioso. 

A.M.

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