quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O FIM E O FIM DO DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO

O fim do diagnóstico psiquiátrico, desde o século da sua criação, o XIX, era o de disciplinar o paciente. No entanto, hoje, em tempos de neuromania e conquista acadêmica de uma pseudo-cientificidade totalitária, a psiquiatria já não necessita do diagnóstico, pelo menos enquanto psicopatologia clínica, ou seja, no Encontro com o paciente. Estamos assistindo a extinção da pesquisa psicopatológica, na medida em que isso impediria uma avaliação asséptica, positivista, das condutas ditas patológicas. A psicopatologia tornou-se uma Forma oca. Neste sentido, o diagnóstico funciona como uma espécie de arcaísmo cadastrado na CID ou no DSM, enunciando para todos a verdade das condutas humanas. Este é também o fim do diagnóstico como pesquisa epistemológica dos chamados transtornos mentais. Nada mais a conhecer. Morte do pensamento. Tudo está dado: abram os cérebros! Tecnologias de controle funcionam a céu aberto.

A.M.

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