domingo, 8 de outubro de 2017

A ARTE RESISTE

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A laicidade ainda é tema encabulado dentro do cenário político nacional, infelizmente não sendo nada tímido o crescimento de bancadas nos parlamentos e de falas nos parlatórios legislativos, de profissão de fé cristã e pentecostal. Utiliza-se o universal na lógica teocrática: uma política sem dados, “em nome de Deus”, plena de preconceitos e censuras aos que divergem da moral religiosa hegemônica. Estão sendo submetidos neste processo: as mulheres; negros e negras; a liberdade sexual e a identidade de gênero; os conteúdos críticos nas escolas; as outras correntes religiosas, enfim, a cultura de forma geral.

A semelhança entre a censura à exposição Queermuseu e a gestão dos eventos culturais do Rio encontra-se na limitação da arte sob justificativas ora moralistas (declaradamente) ora burocráticas, que tendem a afirmar o que é melhor pra todos, mas sempre, curiosamente, deixam os mesmos grupos contra-hegemônicos de fora deste “universo dominante”. É o todo representado pelo branco, burguês, cristão, empresário, masculino, heterossexual e claro, despido de preconceitos.  É o todo de sempre.
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Juliana Barros, Paula Cassol, Roberta Cristina, Roberta Laena, Simone Soares, Vanessa Oliveira
(Grupo Cult)

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