CHAME UM MÉDICO!
A aliança da Medicina com o capital é mais íntima do que se supõe. Seria grosseiro e simplista dizer apenas que a Medicina faz dinheiro e/ou que o poder médico compõe o tecido social. Claro que isso é verdade, na medida em que a superfície miraculada do capital tudo transforma em mercadoria.E que a equação saber=poder existe. No entanto, a questão é de outra natureza. Ela implica na produção de necessidades humanas codificadas em crenças e afetos. Quais? Dir-se-ia: " eu acredito na Medicina como a principal resposta ( obtida ou a obter mediante pesquisas ) a qualquer doença". Aí está implícito o próprio conceito de doença: axiomas médicos o sustentam. Quanto ao afeto, ele está inserido na "essência"dos modos de subjetivação dominantes como fé: "eu tenho fé na Medicina e reverencio seus métodos por terem respaldo científico". Produção de verdade. Daí, alguém ser "crente" e ser "fiel" está para além da religião. Pacientes são fiéis. Para isso, afetos são cravados no corpo-organismo e reforçados por outros como o medo à dor, ao sofrimento, à morte, etc, os quais sustentam a engrenagem do Consumo (de remédios, por exemplo) acoplada à da Produção, ou vice-versa.
A.M.
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