O MANEJO DOS PSICOFÁRMACOS EM PSIQUIATRIA CLÍNICA - VI
Georges Clemenceau (1841-1929) foi um médico e político francês. Certa vez declarou que "a guerra é algo muito importante para ser confiada aos militares". Parafraseando-o, é possível dizer que a psicofarmacoterapia é algo muito importante para ser confiada (apenas) aos psiquiatras. Tal assertiva considera o fato de que ao medicar um paciente, o psiquiatra não está só. Ele é o representante autorizado de várias instituições sociais (família, direito, escola, polícia, indústria farmacêutica, etc) bem como dos técnicos que compõem a equipe de saúde mental, para executar a prescrição farmacológica. Desse modo é possível falar de um agenciamento coletivo (cf Deleuze-Guattari) precedendo o ato. Isso não livra o psiquiatra de uma responsabilidade ética diante do paciente, bem ao contrário, implica-o às relações de poder que o produzem como agente da normalidade mental. O manejo dos psicofármacos em clínica é, pois, um manejo ético-político. Tal dimensão da consulta costuma vir encoberta por ideais humanitários de uma medicina idealista movida por boas intenções da consciência.
A.M.
Georges Clemenceau (1841-1929) foi um médico e político francês. Certa vez declarou que "a guerra é algo muito importante para ser confiada aos militares". Parafraseando-o, é possível dizer que a psicofarmacoterapia é algo muito importante para ser confiada (apenas) aos psiquiatras. Tal assertiva considera o fato de que ao medicar um paciente, o psiquiatra não está só. Ele é o representante autorizado de várias instituições sociais (família, direito, escola, polícia, indústria farmacêutica, etc) bem como dos técnicos que compõem a equipe de saúde mental, para executar a prescrição farmacológica. Desse modo é possível falar de um agenciamento coletivo (cf Deleuze-Guattari) precedendo o ato. Isso não livra o psiquiatra de uma responsabilidade ética diante do paciente, bem ao contrário, implica-o às relações de poder que o produzem como agente da normalidade mental. O manejo dos psicofármacos em clínica é, pois, um manejo ético-político. Tal dimensão da consulta costuma vir encoberta por ideais humanitários de uma medicina idealista movida por boas intenções da consciência.
A.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário