O MANEJO DOS PSICOFÁRMACOS EM PSIQUIATRIA CLÍNICA - IV
Entre o psiquiatra e seu paciente, o psicofármaco. Colado aos enunciados técnicos da receita ele vai junto com a figura do psiquiatra: a máquina de subjetivação. Trata-se de um efeito-médico que em geral passa despercebido. O texto bioquímico (que está na bula) funciona como aliado do texto imaginário do especialista. É recomendável, levando-se em conta a compreensibilidade do paciente, explicar porque e para que tal medicação será usada. Outras "explicações"sobre um possível diagnóstico, por exemplo, podem ser fornecidas desde que suscitem no paciente uma força de autonomia psíquica. Ou pelo menos que tal força seja mantida. São opções éticas do trabalho farmacoterápico. Num serviço como o Caps, onde técnicos não psiquiatras também lidam com o paciente, é essencial que tais atitudes ultrapassem os limites da consulta médica. Ou seja, configurem o técnico de saúde mental como o que promove a autonomia do outro para além dos psicofármacos e para além do caps, rumo à comunidade.
A.M.
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