domingo, 29 de abril de 2018

O QUE SERÁ SERÁ

Desde o fim das eleições de 2016, venho dando entrevistas e escrevendo artigos, afirmando que a eleição presidencial deste ano, deverá ser ganha por um outsider da política ou por uma figura anti-establishment. Os resultados apresentados na semana passada pelo Datafolha assim como as duas pesquisas de âmbito nacional que realizei no mês de abril, seguem ratificando a minha hipótese. Essa perspectiva não poderia ser diferente num país em que a soma dos eleitores que dizem não confiar nada ou confiar pouco no Congresso Nacional chega a uma taxa impressionante de 89%. Similarmente, não poderia ser diferente num país em que cerca de 80% dos eleitores dizem — em questionamentos separados — confiar pouco ou não confiar nada na grande mídia, nos grandes bancos, nas grandes empresas e na justiça brasileira (apesar de 83% das pessoas avaliarem a Operação Lava Jato como boa ou muito boa para o país).
Desse modo, se não houver novas surpresas jurídico-institucionais ou nenhum grave acidente de campanha, as duas vagas do segundo turno das eleições presidenciais de 2018 serão disputadas por três candidatos: o nome a ser apoiado pelo ex-presidente Lula e o PT, o deputado federal Jair Bolsonaro e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. Em tempos de Copa do Mundo, isso significa que dos sete candidatos que têm alguma chance de se “classificar” para o segundo turno, apenas três não dependem dos resultados dos demais.
(...)

Marcello Faulhaber, El País, 27/04/2018, 16:04 hs

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