O SONHO CUBANO
Um impulsivo e outro pragmático, um carismático e outro destituído de qualquer magnetismo, os irmãos Fidel e Raúl Castro deixaram seu sobrenome marcado a sangue e fogo na história cubana dos últimos sessenta anos. Esta semana a nova geração bate à porta do poderoso clã familiar que planeja sair do foco central, mas não se distanciar demais do poder.
Houve um tempo em que as crianças cubanas calculávamos a idade que teríamos quando chegasse o novo século. Imaginávamos nos tornar adultos em um milênio tingido com o vermelho da bandeira comunista, onde não haveria nem o dinheiro nem a miséria. No entanto, o muro de Berlim caiu, a esperança se partiu em mil pedaços e nossa aritmética pessoal passou a contar os anos que iríamos ter quando o castrismo caísse.
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Esse dia chegou, mas não como pensávamos. Em lugar de uma épica derrubada com as pessoas nas ruas desfraldando bandeiras, o regime cubano vai se desbotando como uma velha fotografia: sem graça nem romance. Esse processo começou há doze anos quando Fidel Castro ficou doente e transmitiu o comando do país, por via sanguínea, ao irmão mais novo.
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Yoani Sánchez, El País, 23/04/2018, 20:25 hs
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