Pomba do Jordão
O céu – um sino.
A lua – língua.
Mãe – pátria minha.
Eu – bolchevique.
Onde tudo é amigo,
Tudo lindo, rindo,
Eu canto o fim do
Mundo antigo.
Alto e bom som
Retumbe na tua
Tumba o sino azul
Como aquela lua.
Mundo de amar,
É boa a espera.
Ouço no ar
Nova era.
Serguei Iessienin / 1918
SERGUEI ALEXANDROVICH IESSIENIN não cometeu suicídio, como foi divulgado na época e até hoje difundido por muitos. IESSIENIN foi torturado e assassinado pela polícia secreta da então fundada URSS, já sob o comando de Stalin. Com o fim da URSS em 1991, as fotos do corpo de IESSIENIN no Hotel Inglaterra, em São Petersburgo e as fotos da autópsia ( todas disponíveis na internet ) mostram sérios ferimentos no crânio, ferimentos de perfuração aguda. Testemunhos de personagens da época que carregaram o corpo do Hotel Inglaterra ( disponíveis na internet, em russo ) apontam que o mesmo estava coberto de pó, sugerindo que o poeta morreu em outro lugar e foi transportado para o hotel. SERGUEI ALEXANDROVICH IESSIENIN foi mais uma vítima do socialismo soviético, vítima que já estava sendo monitorada pelo governo desde suas viagens aos EUA e seu casamento com a balailarina norte-americana Isadora Duncan. Defensor da liberdade de expressão, sua filosofia estava em desacordo com o controle total da arte pelo governo russo, que desejava apenas panfletismo comunista. O poeta estava sendo considerado um indivíduo por demais ocidentalizado.
Adriano Miranda- Franca-SP. Historiador e professor.
do site Recanto das letras, acesso feito em 08/04/2018, às 11:30 hs
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