SER DE ESQUERDA
Ser de esquerda é querer mudanças sociais conforme a percepção de uma realidade que está fora, até geograficamente longe, mas nos constitue como subjetividade. O fora que está dentro.Tais mudanças deveriam ser profundas, no caso brasileiro, por motivos óbvios. Qual o seu alcance? Impossível saber. Mas é possível intuir que ser de esquerda é estar sensível a uma visão ético-estética do mundo: potência de criar como arte de existir. E a política? Mantidas essas condições, o poder (que está em toda parte) funciona numa configuração imanente, ou seja, na superfície do cotidiano e sem um modelo político único a seguir. Fim da verdade absoluta. Ser de esquerda é alocar-se na irreversibilidade do tempo em linhas subjetivas para além de todo dualismo do real. Assim, ultrapassa a dimensão usual da política, a qual tem o Estado e o Mercado como balizamentos do que fazer e como fazer. Guiando-se por um pensamento sutil, ser de esquerda é não ser de esquerda porque não há um lado em relação ao outro ou um oposto ao outro, ou um contra o outro, mas um só lado que é o da Vida em sua inocência radical.
A.M.
Bravo!!!
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