A COMOÇÃO E SEUS EFEITOS
A facada desferida contra Jair Bolsonaro desnorteou os comitês de campanha dos seus adversários. A um mês da eleição, generalizou-se no comando das candidaturas rivais a avaliação de que a dramaticidade do ataque deve potencializar o desempenho de Bolsonaro, praticamente assegurando a presença dele no segundo turno. Disseminou-se também, embora com menor grau de certeza, o temor de que a atmosfera emocional reduza a rejeição a Bolsonaro, tornando-o um competidor favorito.
A perspectiva de fortalecimento político de Bolsonaro decorre da constatação de três obviedades: 1) O bombardeio dos contendores contra o capitão terá de ser interrompido. 2) O quadro clínico de Bolsonaro, submetido a uma cirurgia emergencial, estimula o sentimento de solidariedade. 3) Nas próximas semanas, mesmo sem fazer campanha nas ruas, Bolsonaro frequentará o noticiário como protagonista. Será hiperexposto nos telejornais do horário nobre na condição de vítima.
Em conversa com o blog, o operador de um dos candidatos que aparecem nas pesquisas em patamar competitivo declarou: “A campanha já estava cheia de ineditismos. Agora, ficou meio esdrúxula. Dois dos principais atores, responsáveis pelo clima extremista em que se desenvolve a campanha, participarão da fase decisiva do primeiro turno como estrelas presas —o Bolsonaro atado ao leito; e o Lula, na cadeia, tentando cacifar o Fernando Haddad. Nunca vi nada tão extravagante. Só o eleitor pode recolocar a política nos eixos.”
Do Blog do Josias de Souza, 07/09/2018, 02:40 hs
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