sábado, 8 de dezembro de 2018

CLÍNICA E TECNOLOGIA DA IMAGEM

Atualmente a experiência clínica em psicopatologia vem mostrando um aumento significativo da morbidade dos casos  de jovens (entre 19 e 22 anos),com condutas de auto-flagelação, ideação pessimista e/ou suicida e tentativas de suicídio.Sem dispor (ainda) de dados estatísticos precisos, mas com uma forte impressão do atendimento psiquiátrico em Caps II, é possível gerar uma hipótese etiológica como linha de pesquisa. É que, em função da atravessamento do universo virtual sobre o corpo, ou seja, da proliferação enlouquecida (no mundo moderno) de imagens sobre imagens (o corpo sendo também não mais que uma imagem) produz-se um abalo na certeza da Realidade  (relações coletivas, inclusive consigo mesmo, o eu) e por extensão, na certeza de estar vivo. O acontecimento, na acepção deleuziana, fica de fora, inexiste. No paciente jovem isso adquire proporções devastadoras a nível da consistência e função da subjetividade. Abre-se um buraco no Sentido. Seriam, então, tais linhas destrutivas (sintomas) a busca de uma saída sem saída?

A.M.

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