PUS E SANGUE
O cerco fechou para o presidente Jair Bolsonaro. Fabrício Queiroz é a chave para o passado nebuloso da sua família, uma bola de boliche capaz de fazer strike em seu Governo. Atinge desde a primeira-dama Michele Bolsonaro, brindada com um cheque de 24.000 reais de Queiroz, até as ramificações milicianas dos Bolsonaro, que estão na mira das investigações no Rio de Janeiro. De cara, o presidente se desmoralizou por completo quando Queiroz foi descoberto no sítio do advogado Frederick Wassef, de estreita relação da família Bolsonaro. Na posse do ministro Fabio Faria, da Comunicação nesta quarta, lá estava Wassef. Seu trânsito pelo Palácio do Planalto ou Alvorada era constante. Ele, o primeiro a defender o presidente de acusações, escondia Queiroz há um ano. Tudo nas barbas de seus ministros militares, que erguem a bandeira da lei e da ordem do Brasil.
Bolsonaro procurou ocultar seu passado quando assumiu o Governo. Queiroz foi exonerado do gabinete de Flavio no dia 15 de outubro de 2018, a duas semanas do segundo turno da eleição, quando Bolsonaro seria confirmado presidente. Sabe-se hoje, a partir do depoimento do empresário Paulo Marinho, que os Bolsonaro souberam antecipadamente que Queiroz era alvo de escrutínio da Justiça. Um delegado simpatizante do então candidato ultradireita vazou a um emissário de Flavio os rumos das investigações sobre rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio.
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Carla Jiménez, El País, 18/06/2020, 19:34 hs
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