DE VENETA
(...) (...) Escrevemos por uma Psicologia que se faça, enfim,desnecessária.Que a morta-viva de 50 anos sacuda seus velhos trajes importados e os reinvente à costura tropical, que ela encarne sua condição tupi-nagô-africana-quilomba-acarejezista com a malemolência que lhe cabe. Para que seus maquinistas aprendam a conspirar novos sentidos em função do acontecimento, sempre tão imprevisível,que redesenhe seus próprios espaços, sua própria cultura,que saiba ser digna de sua própria pobreza, mas também de sua riqueza,das potências éticas, estéticas e políticas que a constituem; para que tenhamos,enfim,uma psicologia menos piedosa, tal qual a serpente de Paul Valéry, que se devora pela cauda, recriando o pensamento como forma de liberdade.
(...)
Cecília Barros-Cairo e Eder Amaral - da revista Veneta, n° 1.
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