PSEUDO-EQUIPE EM SAÚDE MENTAL
Uma pseudo-equipe técnica se reconhece num contexto de dominação consentida. As contingências do seu funcionamento passam a ser previsíveis. Neste sentido, o psiquiatra é o sujeito empírico das equipes. Por que? Porque ele é a Medicina em pessoa. Quem cuida de doentes mentais é o psiquiatra. Deste modo, o grupo trabalha com a transcendência psiquiátrica norteando ações. Pouco importa se lugares de comando são preenchidos por não-psiquiatras. A subjetividade psiquiátrica se compõe de linhas existenciais traduzidas em papéis sociais diversos, a depender do contexto prático. Um técnico não psiquiatra poderá pensar, perceber, sentir e atuar tanto quanto um psiquiatra na relação com a loucura, e por extensão, com o paciente. Um técnico não-psiquiatra pode ser até “mais psiquiatra” que o psiquiatra.
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A.M. - do texto Grupo e caos, Revista Veneta, n° 1
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