MUITO ANTIGO
o doloroso exame da tarde me incendeia
em nebuloso crepúsculo a cuspir luar.
hordas de mortos pelos campos onde branqueia
floração soprada em vago a flutuar.
bem quisera das águas ácidas deste mar
beber o sumo de prata dos enluarados
silêncios de bocas, uma a uma, decepadas,
raiva do tempo a chover, a nos entrangular.
não há mais quem peça amor nos olhs parados
e das mensagens de bronze regressam navios
com seus cordames de névoa e os velames de lua,
caveiras de sonhos por tombadilhos vazios.
Afonso Henriques Neto
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