quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Confesso que vi o vento — esta manhã — 
passar disfarçado de janela por minha violeta 
Sim, esta manhã, confesso que vi o vento 
passar disfarçado de violeta por minha janela 
Assinei, como vento, esta manhã, minha sentença final: 
Execução por sintaxe, lavra por lavra, sinal por sinal 
Estava noutra esfera esta manhã. Comovido da vida 
Pensava em bigorna, ferradura, carabina, roda, espora 
Minha alma quer martelo agora – amalgamar esta manhã 
com a manhã de amanhã, é o que mais ela quer... 
Minh’alma algemada ao caos, feérica e furtiva 
Essa coisa dura de dupla naturalidade, alminha mimada 
Alma desdenhada que clama, reclama, implora catarse 
Adora promover tempestade a troco de nada 
Agora, fervorosa, quer que todos saibam disso

Aristides Klafke

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