Confesso que vi o vento — esta manhã —
passar disfarçado de janela por minha violeta
Sim, esta manhã, confesso que vi o vento
passar disfarçado de violeta por minha janela
Assinei, como vento, esta manhã, minha sentença final:
Execução por sintaxe, lavra por lavra, sinal por sinal
Estava noutra esfera esta manhã. Comovido da vida
Pensava em bigorna, ferradura, carabina, roda, espora
Minha alma quer martelo agora – amalgamar esta manhã
com a manhã de amanhã, é o que mais ela quer...
Minh’alma algemada ao caos, feérica e furtiva
Essa coisa dura de dupla naturalidade, alminha mimada
Alma desdenhada que clama, reclama, implora catarse
Adora promover tempestade a troco de nada
Agora, fervorosa, quer que todos saibam disso
Aristides Klafke
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