30.000 POR ANO
"Temos um padrão de tiroteios em massa neste país que não tem paralelo em qualquer outro lugar do mundo", disse Barack Obama após o ataque San Bernardino, em dezembro de 2015. Os 49 mortos do massacre de Orlando, acontecido no último dia 12, engrossam agora a estatística que infelizmente corrobora as palavras do presidente americano.
De acordo com o Arquivo de Violência Armada (Gun Violence Archive), uma entidade civil de Washington, “mass shooting” (“tiroteio em massa” ou “fuzilamento em massa”) é qualquer incidente em que quatro ou mais pessoas são feridas ou mortas por armas de fogo. Por essa definição, houve no território americano 136 incidentes nos primeiros 164 dias do ano (com 212 mortos e 558 feridos); entre 1º de janeiro e 12 de junho — data da tragédia em Orlando. Para o FBI (a polícia federal americana), a definição de “mass shooting” é um tiroteio que resultou em quatro ou mais mortes. Usando essa contagem, o número de incidentes cai para apenas três, com 73 mortes.
Independente da metodologia adotada, o fato é que os EUA têm anualmente mais de 30.000 mortes por armas de fogo; números que colocam o país na liderança do ranking de violência entre as nações desenvolvidas. As mortes anuais por arma de fogo, incluindo todas as origens (suicídio, assassinatos simples e “mass shooting”) nos EUA superam os óbitos por doenças cardiovasculares e perdem apenas para os falecimentos decorrentes de acidentes de trânsito. Parte dessa tragédia é atribuída por especialistas à facilidade em comprar armas no território americano; o país é líder mundial em número de armas per capita, com mais de 88 para cada 100 habitantes. Nos Estados Unidos, uma em cada três famílias possui uma ou mais armas de fogo em casa, e em 2015 chegou-se ao recorde de 23,1 milhões de armas vendidas, mais do que o dobro de 10 anos atrás.
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Diego Braga Norte, Veja.com, 24/06/2016,16:57 hs
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