LIÇÕES DO MASSACRE
Omar Mateen, o autor do maior atentado terrorista em solo americano desde o 11 de setembro de 2001, era um sujeito cheio de conflitos. Nascido nos Estados Unidos, em uma família de afegãos tradicionais, mas não muito religiosos, ele abraçou o radicalismo islâmico e perpetrou um ataque contra o país que acolheu sua família. Estudou em bons colégios, era charmoso e atraente, tinha uma carreira profissional, mas desenvolveu um comportamento irascível e violento. Manteve um perfil em um site de relacionamento gay e frequentou várias vezes a boate LGBT Pulse, em Orlando – local escolhido por ele para promover o maior massacre a tiros na história recente dos Estados Unidos, ao matar 49 pessoas e ferir outras 53.
A história de Mateen, com suas dualidades e nuances, que mistura ódio a homossexuais, radicalismo religioso e ações ostensivas de publicidade do Estado Islâmico (EI), o grupo terrorista que ocupa extensas fatias de território no Iraque e na Síria, é reveladora e alarmante. O ataque de Mateen expõe a impotência das lideranças mundiais diante da ascensão de um novo tipo de terrorismo, que usa extremistas isolados ou um grupo pequeno para cometer atrocidades contra pequenos alvos com grande concentração de pessoas – os “lobos solitários”
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Rodrigo Turrer com Flávia Yuri Oshima e Teresa Perosa, Época, 17/06/2016, 20:51 hs
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