O FIM DA PSICOPATOLOGIA
A histeria, patologia que "deu origem" à psicanálise no final do século XIX, se expressa hoje, mais que nunca, numa espécie de cipoal da clínica psicopatológica. Suas formas de expressão mudaram. Não se pode,pois, dizer que ainda exista uma entidade chamada histeria ao modo de Freud. O que, então, existe? Uma profusão de linhas-sintomas disseminadas pelo corpo, constituindo-o: são as clássicas "somatizações conversivas" e/ou as "dissociações da consciência". Na prática, os quadros psiquiátricos ditos graves (psicoses de variados matizes, transtornos do humor - mania ou depressão - transtornos da personalidade, etc) costumam substituir a hipótese diagnóstica de uma histeria, e assim preencher o vazio nosológico, suscitando o uso generalizado de mais e mais remédios químicos, mais e mais controle social, até que os pacientes deixem de incomodar a ordem da racionalidade vigilante, bem como sejam aliviados dos sintomas incapacitantes para a vida autônoma. Em suma, enquanto FORMA de ação ( organismo) e imagem (consciência), a histeria pode “simular” rigorosamente qualquer transtorno mental, desconcertando e iludindo os signos da avaliação psiquiátrica, ainda mais em tempos de profundo declínio da pesquisa psicopatológica.
A.M.
Podemos dizer que os petistas sofrem de histeria coletiva? Estão com transtornos não sei de que...
ResponderExcluirO nome do transtorno importa pouco. Importa que eles (os petistas) estão em 1980.
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